sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Perturbações do Anarquista Cultural









Perturba-me saber que anda por aí tanta gente preocupada com esta caixinha onde vou debitando as minhas opiniões.
Perturba-me saber que existe gente responsável tão tristemente conotada com algumas facções pseudo-intelectuais e “lobbys” literários que definitivamente têm medo dos novos que por aí andam e que até escrevem umas coisas de jeito.
Perturba-me saber que a quantidade de barretes que tenho cá em casa vão, placidamente, sendo enfiados por quem de direito. Afinal, já dizia o Evaristo, que “chapéus há muitos seu palerma!”. E pelos vistos cabeças também…
Perturba-me saber que se continuam a cozinhar malabarismos de trazer por casa nas costas daqueles que, de uma forma honesta, transparente, não subsídio-dependente, trabalhadora, livre e descontraída, vão (bem) produzindo e melhor vendendo.
Perturba-me saber que são poucos os que têm coragem de quebrar os pés de barro de algumas figuras “idolatradas”, bajuladas, cortejadas e a quem continuam a prestar vassalagem de uma forma, no mínimo, intrigante. Há por aí muitos rabos-de-palha…
Perturba-me saber que se continuam a levantar falsos testemunhos contra pessoas que nada mais querem do que fazer o seu trabalho, escrever a sua arte e publicar os seus livros.
Perturba-me saber que aqueles que pararam no tempo, que ajudaram a parar o tempo e que continuam a querer parar o tempo, ainda não se aperceberam de que foi o seu tempo que parou.
Perturba-me saber que existe tanta gente fraca por aí. E influenciável. E medrosa. E sem opinião. E facilmente comprável, corruptível, “chantageavel” por meia dúzia de moedas e meia dúzia de publicações à borla.
Perturba-me saber que os momentos culturais “tele visíveis” são só para alguns (os amigos e as amigas), para aqueles que não opinam, para aqueles que se acobardam, para aqueles que não têm voz activa.
Porque para os outros, os que emitem opinião sem medo, os que andam de postura direita e cabeça erguida, para esses não há nada. Apenas uma tentativa, VÃ, de olvidá-los e de os deixar de lado. E todos nós sabemos quem é a responsável. Viva o serviço público pago por mim! E por si! Que nada tem que ver com estas manobras de bastidores. Mas que paga!
Só que há gente, como o AC, que não tem medo e que continuará a lutar por uma cultura livre e democrática, que continuará a lutar por todos os que merecem um “lugar ao sol”, que continuará a dizer o que pensa, quando quiser, onde quiser e achar por bem.
Claro que um dia destes virá por aí um papagaio sabujo, ou uma arara acorrentada ao seu triste destino, dizer que eu sou um homem perturbado.
Que venha, pois para eles, e para todos os outros, terei sempre a resposta por que eles nunca esperam. Sobretudo porque sou livre, não tenho rabos-de-palha e nunca fui comprado por ninguém. Não tenho preço

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