Deixo cair os minutos como folhas de um Outono que demora a passar... As minhas ideias parecem ter secado, amontoando-se num qualquer gaveto da imaginação que preguiça e se espreguiça no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio imaginário. Será este o Outono da minha criatividade, ressequindo e encarquilhando as folhas de papel dependuradas nos galhos da minha existência? Quantos mais minutos se irão acrescentar ao meu desertificado querer? Num misto de tantas vontades que se entrechocam e sangram palavras que convulsam dentro de mim. Quantas mais folhas vou precisar de avermelhar com a loucura que deambula no meu olhar perdido e que traça perfis alaranjados nas tardes outonais que morrem para lá do horizonte? E que coloram o firmamento com promessas de mais um dia em que os minutos continuarão a cair a meus pés. E eu a varrê-los para debaixo do tapete criativo para que, em qualquer momento do meu tempo, os possa resgatar e voltar a sentir que os ponteiros deste relógio de Outono tique-tacam no sentido que um dia foi determinado. Mas que posso não querer que seja o meu. |
Até breve
Há 11 anos
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